Sector da construção regista primeira variação semestral positiva desde 2007

10-11-2015

O sector da construção registou o primeiro semestre positivo dos últimos oito anos em dois indicadores de actividade, o investimento e o valor acrescentado bruto, revelam esta terça-feira as associações empresariais.

A análise de conjuntura da FEPICOP - Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas, relativa ao segundo trimestre, reforça os sinais positivos já evidenciados nos primeiros três meses, com uma variação homóloga positiva de 1% no investimento na construção e de 1,5% no valor acrescentado bruto.

Reflectindo essa melhoria, os empresários estava mais optimistas em Junho, face a igual período de 2014, o que se traduziu em evoluções positivas dos indicadores relativos ao nível da confiança (16,3%), da actividade (13,3%), da carteira de encomendas (37.5%) e da situação financeira (4,0%).

A contribuir positivamente para a melhoria estiveram, durante o semestre, os aumentos de 31,4% no número de habitações transaccionadas e de 58,6%, para 1665 milhões de euros, do crédito à aquisição de habitação, bem como a evolução do valor médio da avaliação bancária das habitações, que subiu 2,4%, mais nos apartamentos (2,9%) do que nas moradias (1,8%).

A FEPICOP destaca também o emprego assegurado pelo sector, que registou no 2º trimestre de 2015, um aumento homólogo de 4,8%, o que se saldou na recuperação de 12.800 postos de trabalho, face aos 264.800 empregos existentes em igual período de 2014. “Em aparente sintonia com este movimento, o número de desempregados da construção manteve uma trajectória descendente, que se traduziu, em Junho último, num recuo homólogo de 21,3%”.

A federação do sector destaca como menos positivo a evolução do crédito concedido às empresas de construção, que manteve a tendência de redução, com uma quebra homóloga de 10,9% em Junho, enquanto o mal parado persiste em aumentar, correspondendo já a cerca de 32% do crédito concedido ao sector.

Por outro lado, enquanto a habitação revelou maior dinamismo, as obras públicas continuaram a protagonizar quedas significativas.

Na habitação, as licenças de construção nova subiram 16,2%, o número de fogos licenciados cresceu 19,5%, mas a reabilitação revelou uma quebra homóloga de 11,8%. Nas empreitadas públicas, foram licenciadas 7579 obras, o que representou uma descida homóloga de 4,2%.

Entre Janeiro e Junho, foram celebrados mais 924 contratos de obras públicas que em igual período de 2014, mas o valor total dos 6 578 das empreitadas celebradas ficou-se por 517 milhões de euros, o que traduz uma quebra homóloga de 35%.

As perspectivas apontam para que o sector termine o ano com umcrescimento de 1,5%, depois de 15 anos de quedas consecutivas.

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